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Arquitetos: Gerard Dombroski Workshop
- Área: 10 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Samuel Hartnett
Descrição enviada pela equipe de projeto. No ano passado construí uma estrutura de aço em forma de colher de cinco metros de comprimento e viajei pelo país fotografando-a em bowls de skate (um exercício para ver os bowls e pistas de skate como utensílios domésticos). Durante esta viagem, fui à Driving Creek Railway and Pottery (DCR) para um mutirão durante o qual reconstruímos alguns fornos à lenha. Depois do trabalho, eles me convidaram a voltar e participar de uma residência de um mês para construir 'algo'. A regra era que a construção deveria ser feita a partir do que eu pudesse encontrar nos arredores de DCR pois, devido ao COVID, eles não tinham dinheiro para investir em materiais.
Vi uma oportunidade maravilhosa em fazer um mês de trabalho não comercial no DCR que acabou sendo uma grande aventura: tornei-me uma espécie de explorador arquitetônico. De uma maneira bastante única, o projeto envolveu encontrar e reaproveitar materiais para criar o que eu acredito ser uma pequena cabana bastante funcional, mas não convencional. Eu diria que um terço do meu tempo foi gasto procurando materiais, derrubando estruturas fora de uso e dando-lhes uma nova vida. Sempre tentei incluir projetos que possam ser concluídos em um curto espaço de tempo dentro da minha prática arquitetônica. Esses projetos fornecem uma estrutura para movimentos de projeto instintivos e são desenvolvidos e construídos rapidamente. Testar uma ideia, arriscar.
Cheguei no DCR em 2 de fevereiro deste ano. Na primeira noite, escolhi um local na colina para a construção, sob a sombra de uma kanuka, e encontrei uma estrutura de aço que funcionava antigamente como plataforma de tirolesa. A estrutura de aço criou o recuo da escada. A partir daqui, pensei que seria uma experiência adorável deitar sob a árvore e vê-la balançar para frente e para trás, interagindo com o céu, por isso, quase imediatamente o conceito de construir uma 'sala para ver as árvores' surgiu. A primeira vista seria direto para a claraboia, a segunda vista diretamente para fora e para a cobertura, com o telhado entre elas.
Por causa da minha experiência nos skateparks e porque no dia anterior eu tinha ajudado um amigo a construir uma mini rampa de skate, decidi utilizar uma forma marcante para o volume. Eu tinha até 25 de fevereiro para terminar o projeto e poder voltar a Wellington a tempo da minha festa de 30 anos no dia 26. Passei os primeiros dias na escavadeira, cortando um trilho e preparando buracos para estacas. Tínhamos o piso concretado no quarto dia. Nos dias que restavam, eu começava minha manhã com um café na cidade antes de trabalhar até o anoitecer. Foi um tempo lindo, conhecer os locais, conviver com os outros artistas residentes e com as pessoas que vinham e compartilhavam materiais antigos.
Acho que o resultado se encaixa perfeitamente no cenário de Driving Creek, tanto visual quanto culturalmente. O DCR tem uma longa história de colaboradores – Barry Brickle costumava receber outros artistas, alguns dos quais vinham ao Coromandel e construíam uma cabana na qual viviam ou trabalhavam. Esta é a minha pequena contribuição para o lugar.